O número de casos de toxoplasmose em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, subiu para 510 nesta semana, segundo boletim divulgado pelas secretarias municipal e estadual de Saúde na sexta-feira (8). Na semana anterior, os casos confirmados da doença totalizavam 485. Ainda há 212 casos aguardando resultados de exames.
Dos casos suspeitos, além dos confirmados, 185 foram descartados e 212 seguem sob investigação. O documento ainda indica que, dos 510 casos confirmados, 441 ocorrências são de pessoas residentes em Santa Maria, cinco casos são moradores dos distritos e sete casos são pacientes que residem em municípios vizinhos.
O surto, confirmado em 19 de abril, já é considerado o maior já enfrentado pelo Rio Grande do Sul na história. As autoridades de saúde ainda não identificaram as causas.
1.213 casos notificados
907 casos suspeitos (510confirmados, 185 descartados e 212 em investigação)
A toxoplasmose, cujo nome popular é doença do gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.
Em alguns casos os sintomas não se manifestam, mas podem ser:
Febre;
Cansaço;
Mal estar;
Gânglios inflamados.
O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.
A Sociedade Brasileira de Infectologia lista algumas medidas de prevenção:
Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;
Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;
Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;
Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.