STJD arquiva pedido de revisão feito pelo Inter no caso Victor Ramos

O procurador geral do STJD arquivou, nesta segunda-feira, o pedido de revisão feito pelo Inter no caso Victor Ramos. Há cinco dias, o departamento jurídico ingressou na justiça desportiva com a solicitação de um reexame no caso do jogador do Vitória que, no entendimento do clube gaúcho, atuou de forma irregular no Brasileirão por não ter completado a transferência internacional do Monterrey-MEX ao time baiano. 

O Inter protocolou documentos que provariam que a situação de Victor Ramos não é o que indica as regras do TMS (sistema de transferências da Fifa), e que o Vitória teria usado de "má fé", já que sabia como era o procedimento correto. Uma troca de e-mails entre o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, informando como o Vitória deveria proceder no caso foi divulgada. A CBF, no entanto, acusou o Inter de ter falsificado a documentação, o que o Inter nega. 

Entenda o caso:

Após seu empréstimo ao Palmeiras pelo Monterrey, do México, ter se encerrado em dezembro de 2015, Victor Ramos foi anunciado pelo Vitória-BA em 14 de fevereiro deste ano.

Mesmo com o fim do empréstimo, o zagueiro seguiu registrado no TMS (sistema de transferências da Fifa) como jogador do Palmeiras, com contrato ativo com o clube paulista.

Em vez de cumprir os passos de uma transferência internacional, a transação com o Vitória seguiu os trâmites de uma negociação entre clubes do mesmo país.

O Vitória alega que a negociação foi nacional. O argumento é que, ao final do empréstimo de Victor Ramos ao Palmeiras, em dezembro de 2015, o ITC (Certificado de Transferência Internacional) não saiu do Brasil. A Federação Bahiana de Futebol (FBF), na ocasião, teve a mesma a visão sobre o caso.

A CBF, por meio do diretor de registro, Reynaldo Buzzoni concorda que a negociação foi nacional, uma vez que o Monterrey deu uma autorização para a entidade brasileira fazer a transferência direta do Palmeiras para o Vitória.

O Inter, no entanto, alega que o Vitória escalou de forma irregular o zagueiro em 26 jogos do Brasileirão e pede que o caso seja enquadrado de acordo com o Artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de escalação irregular de atletas e prevê como pena, em caso de condenação, perda de pontos.

Por isso, o clube ingressou no STJD pedindo que a procuradoria-geral se posicionasse no caso Victor Ramos. O Inter entende, segundo documentação de 42 páginas entregue aos tribunais, que o Vitória agiu de má-fé, já que deu entrada no processo de inscrição internacional e desistiu.

Na segunda-feira, a procuradoria do STJD, através de seu titular, Felipe Bevilacqua, pediu explicações ao clube baiano e à CBF a respeito do caso e deu prazo de 48 horas.

O prazo concedido ao Vitória e à CBF encerrou às 19h de quarta-feira. Com as alegações do clube baiano e da entidade, o STJD decidirá aceita ou não a denúncia. É possível que Bevilacqua se pronuncie já na quinta-feira. Nesta quinta-feira, Zero Horadivulgou os e-mails entre o diretor de registros da Confederação Brasileira de Futebol, Reynaldo Buzzoni, e o chefe de Registros e Contratos do Vitória, Edson Vilas Boas. Nas mensagens, a CBF instrui que o Vitória faça o procedimento internacional, ao contrário do que disse Buzzoni em entrevista à Rádio Gaúcha na terça-feira, quando viu como regular a inscrição nacional feita pelo time baiano.

A CBF publicou nota oficial alegando que o Inter teria falsificado a documentação, o que o Inter nega. 

O STJD arquivou nesta segunda o pedido de reexame feito pelo Inter sobre a decisão do tribunal. 

ZERO HORA

 
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