Tarso e Sartori voltam a se atacar no último debate

 

No último debate antes das eleições de domingo, realizado na noite desta quinta-feira na RBS TV, a existência de propostas ou não para a nova gestão do futuro governador do Estado continuou a ser tema de divergências entre o candidato à reeleição Tarso Genro (PT) e o candidato José Ivo Sartori (PMDB). Tarso disse que o peemedebista propositalmente não apresenta nada do que irá realizar. Sartori rebateu a crítica e disse que o governo não tinha nem no site da Secretaria da Fazenda qualquer informação sobre a dívida do Estado. 

 
Sartori provocou Tarso ao perguntar por que em 12 anos de administração petista no Planalto não foi renegociada a dívida do Estado. “Não temos divergência sobre a dívida. Discordamos sobre o que fazer. Eu vou abrir espaços fiscais para trazer recursos. A sua proposta é recessiva e de arrocho salarial”, disse Tarso. 
 
Houve mais tensão no bloco destinado às perguntas, quando o tema foi corrupção. Sartori citou notícias que circularam durante a noite envolvendo a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, o que irritou Tarso: “Não faça insinuações, que eu tenho vida honrada. O senhor é que viu aliados seus na história recente do RS serem acusados”, disparou o petista.
 
Saúde
 
Tarso: “Nós fomos aos 12% na saúde. Nosso governo passou R$ 1,9 bilhões para os hospitais filantrópicos e casas de saúde, que estavam abandonados”.
 
Sartori: “Pelo que eu sei muitos municípios não receberam os recursos. Nós em Caxias do Sul, antes do evento das UPAs, construímos um pronto atendimento. Criamos o 1º infância melhor e diminuímos a mortalidade infantil. E o ‘postão’ foi feito com recurso próprio”.
 
Corrupção 
 
Sartori: “Nós não podemos ter vacilação com corrupção. A primeira opção é ter controle sobre todos os gastos públicos. Quando governei Caxias do Sul tivemos a satisfação de cortar o mal pela raiz. Como o Tarso se sente vendo seus colegas sendo denunciados e presos por desviarem dinheiro dos contribuintes?”
 
Tarso: “Da mesma forma que  o senhor se sente quando vê seus companheiros de partido sendo processados e condenados aqui no RS. Eu quando fui ministro da justiça fiz o mais duro combate à corrupção. Isso prestigiou a Policia Federal, ela foi reequipada e fez esse trabalho. Nenhum de nós se sente bem com pessoas próximas que comentam atos de corrupção”.
 
Folha de pagamento 
 
Tarso: “O tratamento da folha não pode ser considerado só um  gasto público, é um investimento no fator humano. Nós vamos continuar sim fazendo gastos públicos que representam investimento na qualidade do serviço público. O senhor não diz o que vai cortar, mas o arrocho salarial nos governos anteriores levou ao estado de sucateamento. É uma crítica que eu faço ao governo do PMDB”.
 
Sartori: “Nós vamos cumprir a legislação. Quero aproveitar esse momento e dizer que, se em algum momento, ficou parecendo que ofendi os professores, não foi. Eu tinha dito que o Tarso prometeu o piso e não cumpriu. Perguntem lá em Caxias aos professores se eles não recebem duas vezes mais que o piso nacional”.
 
Tarso: “O senhor não estava controlado pelo marketing e não se controlou. Ele ironizou sobre o piso e mandou os professores buscarem o piso no Tumelero. Foi uma mancada que ele deu. Mostrou toda sua arrogância e desprezo e tentou remendar dizendo que era uma crítica para mim”.
 
Dívida pública
 
Sartori: “Em 2002 o Tarso disse que ia resolver o problema da dívida com o Lula. De lá ate aqui, não houve isso. As estradas continuam esburacadas, as filas na saúde continuam. Não cumpriu e promete de novo. É preciso reduzir a prestação mensal, lutar politicamente para que não continue o federalismo excessivo que bota em má situação os estados e municípios”.
 
Tarso: “O senhor deveria respeitar mais o governador que fez a primeira renegociação da dívida, que passou congelada pelos dois governos anteriores. Essa renegociação reduz o resíduo da dívida e facilita que as prestações sejam menores. Parece que o candidato não sabe, confunde o resíduo da dividia com as prestações mensais”.
 
 
Fonte: Correio do Povo
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