O presidente em exercício, Michel Temer, concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (10). No diálogo, Temer fala em estudos paraprivatizar os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). O peemedebista também se refere à Operação Lava Jato e disse que a chance de a investigação atingi-lo é zero. "Pode botar um zero em letras garrafais."
Temer também comentou a possibilidade de aumentar impostos para cobrir o rombo nas contas públicas. Na avaliação do presidente interino, "não está nada definido", mas se houver necessidade "não tem o que fazer".
"É um talvez, por enquanto, não é nada definido. Vamos verificar com a venda dos ativos se vai ser necessário. A Cide está sendo pensada, mas temos de ver as consequências, pode ter impacto na inflação. PIS/Cofins é outra hipótese. Meu desejo é que não aumente, mas, se houver absoluta necessidade, não tem o que fazer", disse aos jornalistas Maria Cristina Frias e Valdo Cruz.
Temer falou à Folha, um dia após a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados. Rechaçou a ideia de que tenha aconselhado Cunha a fazer este movimento: "Ele não é homem de receber conselhos. Não convenço ele de nada, sempre foi assim". Sobre a sucessão de Cunha, o presidente interino afirmou que, para o governo, o melhor seria que não houvesse disputa entre parlamentares.
"Só fiz uma proposta. Disse que seria útil para a Câmara fazer um grande acordo e ter um único candidato. É claro que seria bom para o governo também. Mas aí você me pergunta, será que é possível? Pelo que tenho ouvido parece difícil, haverá disputa", afirmou.
Questionado sobre a privatização dos aeroportos, o presidente admitiu pela primeira vez a possibilidade de transferir Congonhas e Santos Dumont para a iniciativa privada.
"Entraram em pauta, ontem [quinta-feira, dia 7], os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, o que deve dar uma boa soma. Não quero dizer que haja uma confirmação, mas pensa-se nesses dois aeroportos. Tudo isso vai abatendo do deficit. É possível que venhamos a privatizar, vai ser analisado", disse.
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