Carros encalhados em montadoras, revendas vazias e consumidor cauteloso. Esse é o cenário do comércio de veículos nos últimos meses no Rio Grande do Sul. O emplacamento de carros novos caiu 31,4% no estado no mês de abril.
Na fábrica de General Motors (GM) emGravataí, na Região Metropolitana, um mar de carros toma conta do pátio. A empresa precisou ate alugar um terreno em Nova Santa Rita para estocar os veículos. Os trabalhadores, que veem o estoque aumentar e as vendas caírem, estão preocupados.
“A montadora já começa a falar que ela tem condições de tocar a produção com dois turnos. E nos não admitimos a retirada do terceiro turno. Vamo brigar o que for possível”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcier Ascari.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa as revendas, a expectativa do setor é de que quadro de quedas nas vendas não deve mudar até o final do ano.
“E essa necessidade de ajuste na produção ela causa impactos em relação a emprego, com adoção não só de demissão de funcionários, mas também diversas medidas de ajustes, passando por férias coletivas, cancelamento temporário de contratos, os chamados layoffs, planos de demissão voluntária e outros”, diz o economista Rodrigo Morem da Costa.
Apesar da crise, as concessionárias continuam vendendo, mas em um ritmo bem menor. O policial militar Vanes Lopes dos Santos aproveitou o momento de queda nas vendas para pechinchar um desconto na compra de um carro usado. “Em torno de uns R$ 3 mil”, diz ele.
O gerente de uma concessionária diz que a loja teve que se adaptar para manter as vendas. Buscamos valorizar bastante o carro usado do cliente na troca, estamos diminuindo as nossas margens consideravelmente e estamos proporcionado ainda taxas de financiamento em ate 60 vezes”, diz o gerente de vendas Sergio Pereira Junior.
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