A Câmara de Vereadores de Entre-Ijuís, no Noroeste do Rio Grande do Sul, decidiu a punição para o vereador César Eduardo Brissow (Dem), acusado de agredir um funcionário público do município em outubro de 2015.
A agressão ocorreu com um relho – espécie de chicote com tiras de couro usado para domar animais no campo – e teria sido motivada após a publicação na internet de uma foto do carro do parlamentar ocupando uma vaga para deficientes físicos, em frente à Câmara Municipal.
Nesta segunda-feira (4), a comissão processante criada para tratar do assunto definiu que Brissow terá a função de vereador suspensa por 30 dias, com a perda do salário e subsídios correspondentes. Além disso, ele deverá retratar-se em plenário e receberá uma advertência por escrito. A punição foi aprovada por unanimidade.
A comissão formada no Legislativo de Entre-Ijuís entendeu que não houve quebra de decoro parlamentar, já que o fato ocorreu fora da Casa e que a agressão está sendo investigada pela Justiça. O vereador pode recorrer judicialmente da medida.
O G1 tentou entrar em contato com o vereador. Brissow não estava na Câmara na tarde desta terça-feira (5) e não atendeu as ligações feitas para o seu telefone celular.
À época, o presidente do Conselho Municipal de Trânsito do município, Nahin Santos, entregou à polícia fotos das marcas dos golpes de relho e passou por exame de corpo de delito. O objeto foi apreendido.
O servidor conta ter ficado com ferimentos no braço porque defendeu das agressões, que partiram do vereador César Eduardo Brissow (DEM). "Eu estava conversando com dois moradores sobre o trânsito quando levantei a cabeça e visualizei que vinha uma pessoa, e daí ele somente deu um grito e já veio com um relho. De pronto, já levantei o braço e me defendi", conta Nahin.
Brissow reconheceu ter agredido Nahin, e justificou ter se irritado após o servidor ter publicado na internet uma foto do carro do parlamentar ocupando metade de uma vaga para deficientes físicos, em frente à Câmara Municipal.
"Ele tem postado coisas dos meus colegas vereadores e da minha pessoa, sempre tentando denegrir os vereadores e a Câmara. Isso foi acumulando. Na hora, eu tinha um relho. Nunca usei arma na minha vida, então ‘passei a mão’ no relho e resolvi dar ‘umas puxadas’ nele para ele não fazer mais esse tipo de atitude", disse o vereador após a agressão, em outubro de 2015.
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