O secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, afirmou nesta terça-feira (28) que a meta da pasta é dobrar o número de escolas de turno integral no Estado – passando das atuais 40 para mais de 80 no ano que vem. E isso será feito por meio da retomada dos centros integrados de educação publica (Cieps), um projeto adotado por Leonel Brizola na década de 1980 e depois trazido para o Rio Grande do Sul no início dos anos 1990, na gestao do pedetista Alceu Collares.
A proposta passa, inclusive, pela construção de novas escolas, de acordo com as necessidades de cada comunidade.
“Onde houver escolas com estrutura física sem necessidade de obras, melhor. Claro que sempre serão necessárias adaptações porque o ensino integral exige estrutura diferenciada. E não esta descartado também a possibilidade de erguermos, quando tiver terreno disponível, novas escolas com estrutura para receber essa proposta pedagógica”.
Vieira participou de um debate nesta manhã sobre a qualidade do ensino no fórum “Educação que dá certo”, em Porto Alegre. O secretário reforçou os problemas de estrutura da rede estadual e disse que hoje a sociedade é unânime em apontar a importância da educação integral. – o que não ocorreu na época em que Brizola criou os Cieps.
Em entrevista à Gaúcha após o evento, Vieira disse que as coordenadorias de educação já apontaram 85 escolas com potencial para receber o projeto de ensino integral dos Cieps. Mas reforçou que somente após diálogo com a comunidade o projeto será levado adiante.
“As comunidades estão sendo consultadas porque queremos que abracem essa causa, para que o projeto dê certo”. Os antigos Cieps terão prioridade para retomar as atividades, mas isso não quer dizer que outras escolas não possam receber o turno integral.
O problema será financiar obras e um projeto pedagógico que praticamente dobra o volume de recursos necessários – já que os alunos ficam o dia inteiro na escola. Vieira aposta no aporte de recursos federais previsto no Plano Nacional de Educação para garantir a ampliação do ensino integral no Estado.
“Assim que tivermos o projeto pronto, vou ao encontro do ministro da Educação para garantir o recurso”, disse Vieira.
Durante a palestra no fórum, o secretário também reforçou que o governo gaúcho não tem como cumprir com a lei do piso do magistério e que depende do repasse de recursos federais para pagar o mínimo de R$ 1,9 mil aos professores.
Fórum de Educação
O fórum Educação que dá certo ocorre nesta terça-feira no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. O evento é uma iniciativa da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade.
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