Zago é apresentado no Inter: “Espero contar com o D’Alessandro”

Novo técnico do Inter, Antônio Carlos Zago, 47 anos, sabe bem a missão que terá em 2017 no Beira-Rio. Após uma temporada de sucesso no Juventude, onde obteve o acesso à Série B e levou o time às quartas de final da Copa do Brasil, o treinador tem o desafio de reconduzir o Colorado à elite do Brasileirão.



Apresentado pelo novo presidente Marcelo Medeiros, o vice de futebol Roberto Melo e o executivo Jorge Macedo, Zago falou sobre o retorno de D'Alessandro ao clube após o final do empréstimo ao River Plate.



— D'Alessandro é um dos três maiores ídolos da história do Internacional. Deveria ter ficado no Inter, não sei o que aconteceu. Espero contar com o D'Alessandro no próximo ano. Esperamos contar com grandes jogadores. É sempre bom você ter jogadores e líderes como ele no elenco. — afirmou Zago.



O técnico também comentou o desafio de buscar o acesso à Série A do Brasileirão com o Inter na próxima temporada.



— Espero honrar a confiança que é depositada no meu trabalho. Espero que através das conquistas possamos recolocar o lugar que o Inter nunca deveria ter saído, que é a Série A do Campeonato Brasileiro. Trabalho não vai faltar — completou.



Na entrevista, Zago também abordou o que chamou de mancha em sua carreira. Ainda quando era jogador do Juventude, o agora técnico do Inter realizou um gesto racista para Jeovânio, então volante do Grêmio. Segundo Antônio Carlos, ele já pagou na Justiça por seu erro.— Todos erram, não fui o único que errei dentro de campo. Paguei por isso, paguei na Justiça comum, fui perdoado em conversas com Deus. Venho trabalhar numa equipe que foi pioneira no RS em abrir portas para pessoas da raça negra. É uma oportunidade única de me redimir do que eu fiz — afirmou.Chegada ao Inter

"Depois dos estudos que eu fiz na Europa, o Inter é o primeiro grande clube que eu vou trabalhar. Espero honrar a confiança que é depositada no meu trabalho. Espero que através das conquistas possamos recolocar o lugar que o Inter nunca deveria ter saído, que é a Série A do Campeonato Brasileiro. Trabalho não vai faltar. Vamos começar a trabalhar, é um ano atípico na história do Inter, estou feliz de fazer parte deste desafio."

Caso de racismo no Juventude
"Vou me antecipar a uma ou outra pergunta em relação a uma mancha que ficou na minha carreira. Quero ser lembrado pelo trabalho que venho fazendo. Foi a questão do racismo. Todos erram, não fui o único que errei dentro de campo. Paguei por isso, paguei na Justiça comum, fui perdoado em conversas com Deus. Venho trabalhar numa equipe que foi pioneira no RS em abrir portas para pessoas da raça negra. É uma oportunidade única de me redimir do que eu fiz."

Trajetória como jogador
"Quero que as pessoas me conheçam como técnico. Quando eu era jogador, procurava passar por cima de qualquer um porque era minha característica. Tive um dom de ser jogador de futebol, que Deus me deu, a oportunidade de tirar minha família da pobreza. Graças a Deus consegui. Talvez cometi erros, mas devagar vou mostrando a pessoa que eu sou fora de campo."

Volta de D'Alessandro
"O D'Alessandro vai ter um grande teste dia 21 (Lance de Craque). Eu vou jogar na defesa, e ele no ataque. Vamos procurar nos entender dentro de campo. O D'Alessandro é um dos três maiores ídolos da história do Internacional. Deveria ter ficado no Inter, não sei o que aconteceu. Espero contar com o D'Alessandro no próximo ano. É um ano atípico e importante. Esperamos contar com grandes jogadores. É sempre bom você ter jogadores e líderes como ele no elenco.

Qualidade do grupo
"Tenho que conhecer o grupo para fazer uma análise. Sempre fui muito sincero, as pessoas que me conhecem do Juventude, gosto do time com toque de bola, triangulações, equipe que procura ser ofensiva sem esquecer a defensiva, compactação dentro de campo. Os treinadores procuram fazer. Tem uma metodologia de treinamento trabalhada durante a semana."

Rebaixamento do Inter
"Um time competitivo, não posso falar do que aconteceu no Inter no último ano, acompanhando de fora é totalmente diferente. O Inter tem grandes jogadores, a nível de Seleção, alguns já passaram por lá. O Inter tem a política de trabalhar com a base e isso se encaixa com o que gosto de fazer. Gosto de ver o que talvez tenha acontecido que não pode se repetir no próximo ano. O que aconteceu com o Inter já faz parte do passado, temos que viver a realidade, que é a Série B."

Ambições na carreira
"Eu quero ser reconhecido como treinador, espero ganhar pelo menos metade dos títulos que ganhei como jogador. Jogador quando encerra a carreira já pensa que pode trabalhar em qualquer área. Não era assim e não é assim agora. Passei quase três anos estudando, te dá uma visão diferente de como você deve trabalhar o vestiário, como deve ser a metodologia durante a semana. Fez eu melhorar muito em relação ao que eu era antes dos cursos. Tenho minha metodologia, meu estilo, vou procurar manter o que eu fazia no Juventude, independentemente da grandeza do Inter. Consegui fazer com que o Juventude ganhasse, voltou à Série B depois de oito anos. Agora é pegar o Inter no pior momento de sua história é tentar recolocá-lo na Série A."

Campeonatos em 2017
"Temos que esperar começar o Gaúcho. Esse ano eu fui vice-campeão, espero ser heptacampeão com o Inter. No primeiro, o pai do presidente Medeiros fazia parte. Uma equipe grande como o Inter entra pensando em títulos. Temos Gaúcho, Copa do Brasil e Série B. O Inter vai entrar pensando em ser campeão. Independente do lugar que se encontra hoje, o Inter é uma das grandes equipes do futebol brasileiro. O Inter é o grande Inter que sempre foi."

Avaliação do grupo
"Não fizemos análise, não conversamos sobre o elenco. Tudo foi muito corrido. Houve contato do Inter na quinta ou sexta, passei o dia ontem conhecendo as pessoas. A partir de hoje vamos sentar e falar sobre o elenco do próximo ano. O importante é montarmos um elenco forte, de Série A. Já tive experiência de Série B com o Corinthians, foi diretor em 2008 e 2009. Tínhamos objetivos de disputar a Libertadores quatro ou cinco anos depois. Foram três anos, ganhou cinco anos depois e foi exemplo. Importante é subir para Série A e depois conseguir os títulos que o Inter precisa dentro de sua história."

Como jogar a Série B
"Aconteceu com o Inter, assim como aconteceu com grandes equipes. É montar um time forte, não é fácil. O jogador vai ter que ter vontade de sofrer. É uma série totalmente diferente. Vamos montar um time competitivo para dar alegria ao torcedor colorado. Contamos com o apoio e o calor da torcida. Sempre esteve ao lado do time, e esperamos isso no próximo ano."

Compactação do time
"O desafio do treinador, temos que assumir a responsabilidade em relação aos gols sofridos e que o Inter fez no último ano, tentar melhorar esse percentual para que a equipe seja mais coesa, mais compacta, mais competitiva. Essa é a palavra. Temos que mostrar para o torcedor colorado para que a equipe possa retornar o mais rápido possível."

Escolha pelo Inter
"Uma equipe que tem uma história bonita, poder defender as cores do Internacional para mim é uma honra. É uma chance de me resgatar de uma mancha que ficou na minha carreira. As reuniões fizeram com que eu aceitasse esse desafio. Espero que possa terminar da melhor forma possível."

Formação do grupo
"Eu acho que é uma mescla de jogadores que já tenham certo protagonismo com jogadores que tenham vontade de crescer. Uma equipe de Série A disputando a Série B. O Inter é um dos grandes da Série A que passa por esse momento. Vamos fazer de tudo para que o Inter possa retornar o mais rápido possível à Série A. Vamos ter análise de elenco e de jogadores contratados para que a gente possa montar uma equipe forte."

Conceitos de futebol
"A compactação dos setores, qualquer treinador busca isso dentro das suas equipes. Uma equipe equilibrada é o mais importante, uma equipe que tenha a posse de bola. Isso eu procuro trabalhar bastante. Consegui fazer no Juventude e espero conseguir aqui também, sem nunca esquecer a característica dos jogadores. A equipe do Inter, lembro do passado, sempre foi uma equipe de toque de bola, bonita de ser ver. Espero repetir aquilo que faz parte da história do Inter. O pensamento é buscar o melhor sempre para que a equipe tenho um padrão de jogo ideal."

Desafio no Inter
"Jogava muito, eu também era bom tecnicamente. Isso vai muito da personalidade e da característica dos jogadores. Cabe ao treinador aprimorar esse espírito de competição. Não conversei com as pessoas que trabalharam durante esse ano dentro do Inter para saber o que aconteceu, mas é um desafio que eu tenho pela frente. Todos esperam uma resposta diferente do que aconteceu esse ano."

Disputa do Gauchão
"É um teste, porque logo na primeira reunião alguém disse que se formos campeões, será o segundo hepta na história do Inter. Será um teste importante. O Gaúcho é um campeonato difícil, sempre aparece alguma surpresa. Ninguém esperava o Juventude na final. E, depois de oito anos, o Juventude acabou chegando. No próximo ano, seria importante, como vai ser importante toda a pré-temporada, temos quase um mês para treinar. Depois começa a coisa séria, Gaúcho, Copa do Brasil, Série B. Precisamos de testes sérios para começar com o pé direito o ano de 2017."

Força da torcida
"
O mais importante, como eu disse antes, é a torcida caminhar ao lado do clube no próximo ano como aconteceu no Corinthians. Tínhamos uma realidade diferente, porque a maioria dos contratos se encerravam no fim do ano. Não tínhamos um grupo qualificado como tem o Inter hoje. Vamos colocar uma meta para trabalhar no próximo ano. O importante é os jogadores encararem a Série B com seriedade, espírito de competição, seria importante fazermos uma ótima Série B e manter uma base para a Série A de 2018, com os jogadores bem mais entrosados."

Conversas com a direção
"Não conversamos muito ainda, até porque tem essa troca de diretoria. O contrato foi assinado com a diretoria passada, é uma questão com os diretores. Independente daquilo que aconteça, o trabalho será o mesmo. Temos que trabalhar para que o Inter entre com tudo nas próximas competições."

Recados para a torcida
"Já dei alguns recados aqui. Pedir ao torcedor que caminhe com o Inter, é um ano atípico, vamos precisar muito do torcedor. Dei o exemplo do Corinthians na Série B, que o torcedor esteve ao lado do time. É o que eu peço"

ZERO HORA

 
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